domingo, 26 de fevereiro de 2012

Projeção


Era um artigo sobre filosofia, com certeza. Ou algo que ele certamente estava devorando com a mente, deixando-a fluir, viajar – como gostava de denominar -.
Estava tão concentrado absorvendo conhecimentos que não ouviu seus passos passeando pelo quarto, até que um sibilo profundo de uma respiração o fez olhar para o lado e lá estava ela;
Ainda ofegante, ainda suada, ainda desejosa, vestindo a blusa dele pelo avesso e com os cabelos bagunçados caindo em leves cachos sobre seus ombros – os quais há pouco haviam sido apertados por mãos macias e exigentes -.
Ele conseguia ver seus olhos através dos óculos que lhe davam um sublime tom intelectual e incrivelmente sexy e neles havia uma certeza inquietante, instigante, independente...
Nem lembrava mais sobre o que estava lendo.

A passos lentos ela aproximou-se dele, sem pestanejar empurrou o teclado da máquina para seu devido lugar e, em momento algum, desviando o contato visual, entrelaçou-lhe com as pernas fartas.
Ele só teve o trabalho de puxá-la mais para perto quando sentiu-a brincar com o lóbulo de sua orelha e então já estavam rendidos, entregues ao jogo irresistível de possuir um ao outro. O yin e o yang fundidos, o romantismo lido e o erotismo vivido, o equilíbrio desconexo em mais um momento de prazer.


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