segunda-feira, 24 de setembro de 2012




Ele é lindo!
Mas não por seus olhos de avelã, ou por seu sorriso sedutor, suas mãos de homem ou o exalar viril de seu pescoço... É mais!
Ele é lindo porque sorri de uma forma tão sincera que a derrete; porque a abraça, erguendo-a do chão como se quisesse escondê-la do mundo, guardá-la para si, não largá-la nunca mais. 
A beleza dele está no jeito de dizer que está feliz por estar ao lado dela e em frisar que nem o mau humor matutino consegue alcançá-lo ao acordar e ver os sóis dela (ou seriam dele?).
Ele não tem noção de quão formoso fica quando diz que, por causa dela, ficará feliz o resto da semana ou fazendo uma careta seguida por um "ôw mô" de inútil repressão, num tom que só ele consegue fazer...
E a graciosidade de seus lábios quando a olha carente e diz "Amor, vem pra cá."? Meiga ignorância que não o deixa saber que não precisa chamá-la, pois como o negativo ao positivo, ela se sente atraída a ele.
Ele é adorável, não (só)por ser o responsável pela crescente felicidade dela, mas por desdobrar-se para ser tudo o que ela espera (e quer) de um homem.
Ele é lindo por fazê-la menina e ensiná-la a fazer-se mulher; por decifrar-lhe o que há de mais sincero e puro; por tocá-la por dentro tanto quanto por fora.
Ele é lindo, por amá-la e saber fazer-se amado!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012


"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema.
Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço."
(deAndrade)