Era um artigo sobre filosofia, com certeza.
Ou algo que ele certamente estava devorando com a mente, deixando-a fluir,
viajar – como gostava de denominar -.
Estava tão concentrado absorvendo
conhecimentos que não ouviu seus passos passeando pelo quarto, até que um
sibilo profundo de uma respiração o fez olhar para o lado e lá estava ela;
Ainda ofegante, ainda suada, ainda desejosa, vestindo
a blusa dele pelo avesso e com os cabelos bagunçados caindo em leves cachos
sobre seus ombros – os quais há pouco haviam sido apertados por mãos macias e
exigentes -.
Ele conseguia ver seus olhos através dos
óculos que lhe davam um sublime tom intelectual e incrivelmente sexy e neles
havia uma certeza inquietante, instigante, independente...
Nem lembrava mais sobre o que estava lendo.
A passos lentos ela aproximou-se dele, sem
pestanejar empurrou o teclado da máquina para seu devido lugar e, em momento
algum, desviando o contato visual, entrelaçou-lhe com as pernas fartas.
Ele só teve o trabalho de puxá-la mais para
perto quando sentiu-a brincar com o lóbulo de sua orelha e então já estavam
rendidos, entregues ao jogo irresistível de possuir um ao outro. O yin e o yang
fundidos, o romantismo lido e o erotismo vivido,
o equilíbrio desconexo em mais um momento de prazer.