Do caso reto, mas ainda assim, curvilíneo.
Em uma noite calma e
sem surpresas ela havia parado para pensar em seu futuro. E se realmente
encontrassem seus rabiscos escondidos embaixo do colchão?
Como saberiam quem
era aquele ilustre senhor protagonista de seus textos fantasiosos e enigmáticos?
Estaria, ele, ainda
presente em sua vida?
Querendo, então,
satisfazer a curiosidade de seus futuros leitores passou a descrevê-lo...
Começou por sua essência.
Um vulcão em erupção. O café do
pedreiro ao meio-dia.
A adrenalina dos
amantes que fogem dos maridos à surdina da meia-noite.
Quente.
Mas ele era mais!
Ele era o idiota que
a fazia sorrir com suas projeções de um futuro bom que deveria existir;
Era seu refúgio de
carne e osso, seu amor sempre existente – quase nunca exposto -;
A simplicidade em
meio a seu complexo mundo de idéias e conceitos
E, mesmo que muitas
vezes ela não quisesse aceitar – e, mesmo que aceitasse, não quisesse externar
-, ela sabia o quanto ele era singular, ímpar e único.
E ela?
Não um mero pronome
do caso reto, cuja retidão fora substituída por uma mente curvilínea com alto
grau de imprecisão...
Ah, pequena
testemunha de retalhos, ela era seu pequeno Chaveiro da sorte banhado a
clorofila.
Era quem, ao som de
Zeca Baleiro, rendia-se aos seus encantos.
Você me faz parecer menos só, menos
sozinho. Você me faz parecer menos pó, menos pozinho quando você diz, o que
ninguém diz... ♪
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