quarta-feira, 11 de abril de 2012

Inspiração da madrugada


Era uma sensação bem ímpar a que ele conseguia provocar.
Um misto de paz e inquietação que é difícil até de sentir, imagine de entender ou explicar! Ora eram uma chama incontrolável, um desejo imensurável, o querer de toques precisos que criam uma trilha de fogo que leva para um paraíso (quase) divino; E ora, um mar de meiguice com ondas abestalhadamente mansas, acompanhadas de sorrisos bobos e olhares encantados...
Viviam pairando entre estas sensações extremas que mudavam de quadro em segundos e quase levavam à loucura.
O que os movia?
Não só a vontade um pelo outro, mas o desejo pelo que está adiante e a certeza do hoje, a euforia pelo ‘aqui’;
(Mesmo que para ele houvesse a melancolia do presente que já virara passado, enquanto para ela o presente era uma prévia expectante do futuro).
Deixando o medo um pouco afastado, aproveitam-se, pois nunca se sabe o que virá na próxima página do romance policial que andam vivendo e nem as mais próximas testemunhas oculares captariam a subjetividade complexa de “tão esperado” clichê.
Só resta, por hora, fechar os olhos e reviver – ao menos em pensamento –, uma noite em particular aonde partilharam o mesmo chão, o mesmo calor, o mesmo sorriso e a mesma sensação de, por algum motivo, aquela proximidade ser tão certa quanto necessária. 



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